O isolamento se traduz em suspensão, como se fora suspensão da vida. Os dias passam iguais, com seus problemas e sua falta de perspectiva. Desarmados de surpresas, dias e noites parecem rastejar na cronologia da vida, em um estágio de dormência existencial, ontológica. A perda de noção de datas, de dias, de prazos, reflete exatamente isso: os dias são mais contas de um colar sem fim, tornados iguais pelo isolamento. Feriados, fim de semana, tudo passa a ter cara de quarta-feira, como se vivêssemos uma infindável e repetitiva quarta-feira. Essa tristeza eterna de uma quarta-feira desprovida de fim de semana. Essa quarta-feira desprovida de outros dias, em suas longas horas iguais. Os dias apenas passam, sem atentar para o fato de que somos, de fato, nós que passamos por eles, como patos. Tristes patos.
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MAPA DAS EMOÇÕES
No início de 2020, o mundo foi surpreendido pela pandemia de COVID-19. Diversas esferas de nossas vidas foram atravessadas pela presença de um novo vírus, suas variantes, pelas máscaras e a busca incessante por vacinas. Nossas rotinas de vida, lazer, estudos e trabalho foram transformadas bruscamente e, de repente, passamos a viver outras experiências marcadas por novas emoções diante de uma doença desconhecida.
Tais experiências geraram sentimentos que ainda estão a permear o nosso cotidiano e apontam para as nossas pequenas histórias de enfrentamento dos desafios que surgiram nesse período. Como temos vivido, sobrevivido, existido nestes tempos pandêmicos?
Este é um convite para a partilha de histórias, relatos, crônicas, poemas dentre outros formatos, ficcionais ou não, a partir das suas vivências mediadas pelas emoções e sentimentos deflagrados pela pandemia.
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Leia as demais histórias e interaja com este mapa das emoções que nos coloca diante de importantes dimensões subjetivas da experiência com a pandemia
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O sumiço dos fins de semana foi das coisas que mais me afetou. Que vontade de escapar desse ciclo infindável de quartas-feiras!!!